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O que é restinga?

O termo “restinga” é utilizado aqui no sentido amplo que engloba o conjunto de comunidades vegetais encontradas nas planícies arenosas costeiras quaternárias. Portanto a restinga é um ecossistema costeiro, associado em grande parte de sua extensão de ocorrência ao Bioma Mata Atlântica, e que inclui diferentes comunidades vegetais (herbáceas, arbustivas e florestais; inundáveis ou não) e se desenvolvem sobre sedimentos arenosos, principalmente marinhos, de idade quaternária. Apresenta-se de forma expressiva nas regiões sul, sudeste e nordeste, e na região norte está limitado pela influência do estuário amazônico onde a paisagem é dominada por extensas áreas de manguezais. Sendo ambientes de formação recente, as restingas são colonizadas em cada trecho regional, com espécies de diferentes biomas adjacentes á zona costeira como: a floresta amazônica na região norte; cerrados e caatingas em partes da região nordeste; e a floresta atlântica em grande parte da região nordeste, toda região sudeste e em parte da região sul. Dessa forma a restinga pode ser entendida com um mosaico de formações heterogêneas que ocorrem muito próximas ao longo de mais de 8.000 km de litoral.

Alguns desses biomas expandiram-se e retraíram-se no passado sobre as áreas de planícies costeiras disponibilizadas por movimentos de avanço e recuo da linha de costa com espécies aptas a colonizar as várias feições litorâneas. O contato entre diferentes setores de floras litorâneas e espécies distintas geraram comunidades florísticamente diferenciadas e complexas, onde muitas espécies puderam ampliar sua distribuição geográfica ou encontrar barreiras limitantes á sua distribuição em algumas regiões. Muitas vezes (ao longo do tempo geológico e devido ao isolamento geográfico) algumas dessas espécies tornaram-se endêmicas ou tiveram sua distribuição interrompida ao longo do litoral entre determinadas regiões (distribuição disjunta). A descrição de novas espécies oriundas dessas áreas e a ampliação dos limites na distribuição de outras, demonstra a lacuna ainda existente no conhecimento desse ecossistema e a necessidade de proteção dessas áreas, já que a ocupação humana dos espaços onde a vegetação litorânea é desconhecida, afeta drasticamente a preservação de sua biodiversidade.

Fontes:


  • Araújo,D.S.D & Pereira,M.C.A. 2009. Sandy coastal vegetation In: Encyclopedia of Life Support Systems. Oxford, UNESCO, Eolss Publishers

  • Sá, C.F.C. & Pereira, M. C. A. 2004. Planicies arenosas costeiras ("restingas") no Brasil: democratizando uma base bibliográfica. Gerenciamento Costeiro Integrado, 3: 48-49.